Surrealidade


A dúvida de sempre. As mesmas portas abertas, poucas dessas exploradas, e mais poucas ainda entreabertas. Todos os dias o sangue quente ferve em minhas veias, fazendo com que eu me perca em meus pensamentos. Contemplo mil possibilidades dos sonhos que quero realizar. Eles desaparecem repentinamente, junto com a aproximação do clarão dos raios do sol que adentram pela janela. As cinzas do que antes era vida, caem ao chão.
Meu corpo inerte, atrelado ao meu eu covarde, me prende a rotineira realidade. A minha prisão angústiante, intolerante.
O arrepio sobe pela espinha quando percebo que tudo o que existe na minha cabeça, se torna impossível de ser realizado. Talvez seja medo, logo, meu eu covarde é mais forte do que eu pensava, concluí. Um leve sorriso exasperado aparece em meus lábios. Afinal, o que sou eu? Como sobreviver e fazer planos num lugar desconhecido, que é o mundo, quando só vivo em meus pensamentos? Mas, eles, os pensamentos que a pouco mostraram-me a realidade, são intocáveis pela falta de esperança. Porque neles, eu ainda vejo o seu olhar, ainda sinto o seu cheiro e desfruto do teu amor. Então eu sorrio e finjo tudo estar bem. É só eu voltar novamente para o mundinho que eu criei, sabendo que lá estou a salvo. A salvo da realidade, do medo que não demora pra vir à tona. Pronto. Novamente presa em meus pensamentos. Sempre esperarei você lá, sem o vazio em mim, sem a saudade que sinto de você. A salvo, continuo lá.

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